Como podes ter esse poder

De me tirar o sono

De me fazer tremer

Só de pensar em te ter?



Aqui acordada 

Penso no eterno

Desse momento 

Que se aproxima 



Mágico instante

Em que tudo mudará 

Rumos incertos
 
Vidas que se cruzam



Estradas solitárias 

Não mais existem

Caminhos de flores

Enchem meus olhos 



Lágrimas de felicidade
 
Afago no coração
 
Já te amava e nem sabia

Desde o início da criação 
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Poesia na cidade

'Poetar' rua afora, jogar letras pelos ares,
empurrar frases
 boeiro abaixo.
Fazer brotar poesia no paralelepípedo, 
crescer versos pelo chão,
invadindo a cidade.
Nada detém a criação.
Na cidade do poema
a ventania é multidão.
A cidade-fantasma cansada
do silêncio e da solidão.



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Busca

A metamorfose mora em mim
Invade e me aprisiona
Não posso escapar

A velha canção não quero ouvir
Meus ouvidos clamam por silêncio
Minhas mãos exigem novas texturas
Minhas narinas buscam aromas perdidos
Meus olhos não querem te ver
Minha boca procura 
Por um sabor que nunca vou sentir

Meu caminho é tortuoso
As curvas me pertencem
A chegada, nunca saberei
Horizonte obscuro
Meus pés não obedecem
ao destino

Sou a busca de mim mesma
Onde busco? nunca saberei
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Sacrilégio

Sacrilégio 

Sacrilégio.
Quero usar esta palavra num poema.
Acho chique.
Acho forte, encorpada, robusta.
Dá vontade de sair gritando por aí:
Sacrilégio! Sacrilégio!
Ficaria honrada em fazer uso
De tamanha pompa.

Para isso, preciso pecar.
E eu peco, tenha certeza!
Gula, preguiça, 
Luxúria, avareza.
Tenho o direito 
Dessa palavra escutar.
Diga-me, nobre senhor
Com todo afinco:
Sacrilégio! Sacrilégio!
  • Não tenho do quê me opor.

Porque só os pecadores
Têm direito
A tamanha demonstração de (des)amor!

Sacrilégio! Sacrilégio! 
Eu vos imploro,
Nobre senhor.

17/08/18

#NosDiasDeHoje #ColetivoPoéticoDeResistência 
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Da punição ao amor

Presumo que
algumas poesias são gestadas,
acarinhadas,
aninhadas,
para que possam nascer.

Já outras são expulsas, 
empurradas,
escarradas,
para exorcizar
e fazer parar de doer.

Por que tanta coisa
Insiste em ferir,
cortar,
punir,
dilacerar?

De quanta dor
quanto amor
quanto sofrer
quanto frescor
quanto renascer
eu necessito?

Preciso disso 
até que minh'alma
aprenda a viver com dor,
aprenda a afugentar o medo
e acalentar o amor.

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Perfeição

eu?
o que ando fazendo?
estudando,
para buscar o verso perfeito...
- ora, ora, cara senhora,
perdeste o senso?
quando pensas que alcançarás 
tal feito? - 

não tenho a menor ideia
mas sigo sempre à procura
da minha certeira amargura
 (creio eu
ser, porventura, esta a chave 
que me liberte da clausura ),
guia para meu lamento
célere e dono
de robusta formosura.

- nisso tens razão:
a perfeição talvez surja
do imenso aperto no peito
que só uma dor verdadeira,
lancinante e certeira,
seja capaz de causar.
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Excesso e inanição

Mundo de excessos 
e de inanição, 
onde a centelha 
surge na escuridão.

No fundo do túnel 
ao longe vejo
A inebriante e vultuosa sombra
Que lampeja
e resplandece
Cegando os olhos meus
marejados
rasos
De densa solidão.

E o que me cega
é o mesmo que te ilumina
Estás diante das trevas
e, mesmo assim,
Incendeias por todo lado.

E o que me cala
é o mesmo que te faz bradar
E quão gélido é o teu louvor
que a todo o meu ser
Insiste em afoguear.
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Zigue zague ando

No inconstante
pêndulo da vida
eu zigue-zague ando.

A mutante poesia,
revolta em sua ventania,
é como o tempo
Aqui dentro é quente
- lá fora esfria -
a pele arrepia.

E eu,
entre ventos e mares
vou -
navegando.




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Inaugural

Aqui estou eu, feliz da vida, inaugurando um novo blog, 9 anos depois do nascimento do meu primeiro, o Palavras Ao Vento.
Neste, pretendo usar uma forma mais simples de postagem, apenas com a escrita. Espero que fique interessante, e que vocês gostem!
Ainda não sei que caminho seguir ... mas vou ser bastante livre no modo de escrever. Livre, como eu gosto de ser!
Mais uma vez  contei com ajuda preciosa da minha amiga Dulce Miller para esta realização. Obrigada, Du! 
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